No final do século XIX em plena Revolução Industrial, começa haver nas empresas um grande problema de absentismo, provocado por um conjunto de doenças com grande carga social, uma delas o Cancro. Por todo o mundo ocidental criaram-se então estruturas de luta contra esta doença.
Em Portugal é criado o Instituto Português para o estudo do cancro com legislação criada por António Sérgio que respondeu assim ao apelo do grande homem da medicina professor Francisco Gentil, fundador do Instituto Português Oncologia. Em 1923 começa então o Instituto Português de Oncologia (Lisboa), na ocasião apenas sobre o ponto de vista de Lei escrita no papel porque na realidade o primeiro pavilhão foi só inaugurado em 1927 (Lisboa).
Em 1931 um conjunto de senhoras, entre elas Mécia Mouzinho de Albuquerque Condessa de Murça, criaram a chamada comissão iniciativa particular de luta contra o Cancro. E este grupo de senhoras durante dez anos, fizeram um trabalho notável e fundiram as ideias da prevenção do cancro e produção da saúde, organizaram
peditórios, influenciaram imensa gente nesta luta tão grande onde ainda hoje estamos com esta actualidade.
Por proposta do Prof. Doutor Francisco Gentil, a 4 de Abril de 1941, é fundada legalmente (portaria n.º 9772) a Liga Portuguesa Contra o Cancro e que tem fundamentalmente dois objectivos: a Humanização e a Solidariedade.
Tendo em atenção a vasta acção a ser implementada a nível nacional, nomeadamente em estimular o estudo científico do cancro e difundir os meios técnicos de combater este terrível flagelo social e auxiliar os trabalhos de investigação nos laboratórios do Instituto Português de Oncologia, tornou-se necessário a regulamentação e
criação dos Núcleos Regionais, previstos nos seus Estatutos, o que veio a ser concretizado em 1965.
No seu início a Liga procurou suprir as carências do Estado em matéria de financiamento do tratamento do cancro, angariando fundos para custear tudo à que a doença dizia respeito - desde equipamento hospitalar à roupa de cama do hospital. Hoje a situação é diferente.
Com o passar dos anos os recurso humanos e financeiros mobilizados pela Liga foram-se centrando em iniciativas mais focalizadas no apoio ao doente e na investigação da doença e mais orientada para a prevenção do cancro. Desenvolveu-se um plano estruturado e continuado a nível comunitário, descentralizado, de ensino e sensibilização sobre os sinais de alerta e para a prevenção do cancro.
A crescente concentração dos recursos na atenção ao doente, à sua família, por um lado e na detecção precoce da doença, por outro, culminou numa das mais importantes iniciativas da Liga: o Programa Nacional de Rastreio de Cancro da Mama, um contributo para salvar vidas, preservar famílias e fortalecer a sociedade.
Ao longo destes anos, diversos organismos do Estado e da Sociedade Civil têm reconhecido o fundamental papel social da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Em 1966 foi conferida à LPCC o título de Membro Honorário da Ordem de Benemerência pelo Senhor Presidente da República.
Foi declarada como Instituição de Utilidade Pública, por despacho de 85/04/17 do Senhor Primeiro-Ministro, publicado no Diário da República n.º 99, II Série, de 30 de Abril.
Mais recentemente, em 2006, foi-lhe conferido o título de Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo, pelo Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, o Senhor Presidente da República Portuguesa.